Afonso Cláudio

"Entre vales, montanhas e campinas, um dia uma cidade despontou..." cheia de gente boa, trabalhadora e com vontade de vencer. Este é um espaço para divulgarmos as coisas que só acontecem aqui.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RECONTANDO AS MILONGAS DE UM POVO


Afonso Cláudio vivenciou mais uma noite Cultural nesta quarta-feira (21), onde a sociedade reuniu-se no Centro Cultural José Ribeiro Tristão para prestigiar o lançamento de dois livros que falam sobre a História de nosso lugar.

O livro “Buscando a tradição de um povo”, de Stella Haddad de Souza é uma coletânea de contos que retratam o surgimento de uma cidade e seu povo de forma poética, de forma que o mesmo adquiriu, ainda, a característica de um livro de memórias, onde a autora colocou-se através do tempo resgatando fases da sua infância e juventude vividas nesta terrinha.

Já a obra “Afonso Cláudio, cronologia da sua história política, administrativa e cultural”, de José Eugênio Vieira, além de falar desta cidade, nas palavras do próprio autor, “contribui com mais uma parte de sua história perdida, através do desaparecimento natural das pessoas e boa parte dos arquivos públicos”.

Este segundo trata-se de um livro histórico, destinado também às pesquisas e registros deste povo e de sua cultura tão peculiar.

Para agraciar estes dois filhos da terra que dedicaram seu tempo a escreverem livros tão especiais, Afonso Cláudio recebeu, de braços abertos, nada mais, nada menos que o Governador Paulo Hartung e sua comitiva.

O Centro Cultural estava lindíssimo, com dois enormes Ipês Amarelos no palco, ornamentado por Paulo Falqueto, além do show de luzes e o som harmonioso do Coral de Vozes da Arcelor Mittal.

Após as falas das autoridades presentes, o povo afonsoclaudense que ali estava pode deliciar-se com um coquetel ouvindo o Grupo Musical “Pra ficar na saudade”, formado por cantoras capixabas e reunidas no evento para abrilhantar ainda mais a nossa noite, enquanto aguardávamos os autores fazerem a dedicatória em seus livros. Vale ressaltar que a renda obtida com a venda dos livros foi toda revertida para o Hospital São Vicente de Paula e para o Asilo Ninho do Amor.

Vejam só, além de confraternizarmos em alto estilo entre amigos, ouvirmos boa música e saborearmos um excelente coquetel, ainda fizemos caridade.

Afonso Cláudio também tem dessas coisas! (... e que coisas boas!!!)

domingo, 4 de outubro de 2009

EMPOÇADO


Afonso Cláudio possui lugares incríveis para visitarmos e nos deliciarmos com as belezas da natureza. São diversas cachoeiras, cadeias de montanhas, pedras para escalada, trilhas para serem percorridas a pé ou de moto e locais fantásticos para caminhadas.

Particularmente, frequento o Empoçado para realizar minhas caminhadas. O Empoçado constitui-se de uma formação montanhosa pertencente a Serra do Castelo, que possui diversas pedras com formatos diferentes. São inúmeras as formações geológicas de pedras formadas ao longo do tempo e uma das maiores altitudes da Serra do Castelo. A Cordilheira forma um paredão de pedras e matas muito preservadas.

Entretanto, existe algo de mágico naquele lugar. Algo que transcende a compreensão singular do indivíduo.

Todas as vezes que percorro os 6km da volta do Empoçado, uma fantástica força toma conta de todo o meu ser, como se energizasse o meu corpo e a minha alma. É uma energia que irradia, talvez do solo, talvez do ar, talvez das pedras, que é possível de sentir como se fosse palpável.

O vento que sopra no Empoçado é quente e úmido, enchendo meus pulmões com um aroma doce como o do mel. A luz do dia parece brincar com meus olhos. Se olho para o nascente, vejo o crepúsculo se aproximando; se olho para o poente, vejo os últimos raios dourados do sol teimando em deixar de iluminar aquela terra mágica.

Neste sábado (03), o espetáculo foi ainda mais surpreendente. Além do crepúsculo brigando com as luzes do fim de tarde, havia uma delicada chuva que caía sobre mim, como que fazendo carinho sobre minha pele. Não era uma chuva torrencial, ou sequer mais forte, eram apenas pequenas gotinhas de água que despencavam de algum lugar no céu e que, se eu quisesse brincar com elas, me desviaria facilmente de algumas, sendo pega apenas por outras poucas, num delioso jogo de pega-pega com a chuva.

As gotas de chuva iam molhado o chão e fazendo subir aquele cheiro característico e delicioso da chuva molhando a terra; fazendo os passarinhos cantarem ainda mais forte pela alegria do presente que recebiam. As árvores e as flores do campo também agradeciam o banho energizador da chuva.

Ao olhar para o céu, já alcançando o último quarto da caminhada, de cima de um tope de morro, observei com mais detalhes a beleza daquele lugar numa típica tarde de primavera: em alguns pontos um céu azul de brigadeiro, em outros nuvens num matiz de cinza, que iam do mais claro até o tom pesado de chumbo e, no extremo do poente, um matiz de dourados, laranja, rosa, lilás e todas as cores que compõem o mais belo por do sol do Empoçado.

“Simples assim”: mais uma bênção de Deus, à disposição daqueles que possuem a sensibilidade de perceberem seus presentes nas coisas mais singelas da vida.